Designer sinopense entra para o ‘Guinness Book 2022’
O sinopense foi para o livro dos recordes após reconstruir o casco de um jabuti em uma impressora 3D. Confira todos os detalhes.
O designer Cícero Moraes, de Sinop, no norte de Mato Grosso, entrou para o ‘Guinness Book 2022’ – o livro dos recordes –, após reconstruir o casco de um jabuti que perdeu a proteção durante um incêndio em 2015. Essa foi a primeira prótese de casco de jabuti feita em impressora 3D no mundo.
Ao g1, o designer Cícer, contou que recebeu a notícia com surpresa e, no início, pensou até que era uma pegadinha. O livro foi lançado no dia 14 de setembro.
“Só acreditei quando entrei no link oficial e vi o nome do grupo que ajudou na reconstrução. Quando criei o casco não esperava isso. Estava preocupado em saber se a prótese iria funcionar. O medo do insucesso estava presente. Felizmente, deu certo e o estouro midiático foi um bônus que nos trouxe muita honra e alegria”, disse.
Jabuti sobreviveu a incêndio e duas pneumonias
O jabuti que recebeu a nova proteção ficou gravemente ferido em um incêndio florestal em Brasília. Além disso, sobreviveu a duas crises de pneumonia e 45 dias sem comer, antes de ser encontrado pelo grupo de voluntários ‘Animal Avengers’.
Após o resgate, o animal foi encaminhado a um veterinário especialista em animais silvestres.
Sem o casco, o jabuti não consegue ficar muito tempo no sol e fica exposto a ataques de outros animais e a espinhos encontrados nas matas.
O animal foi apelidado de ‘Fred’ por se assemelhar ao personagem Fred Krueger do filme de terror ‘A Hora do Pesadelo’. Tempos depois, descobriram que o jabuti era a jabuti e passaram a chamar de ‘A Fred’.
“Quando foi resgatada, Fred tinha apenas um restinho de casco, que logo caiu. Ela ficou totalmente desprotegida. Solicitei várias fotos dela e de um jabuti de estimação de um colega de Sinop para fazer o parâmetro. Depois, joguei tudo no computador e fui reconstruindo a volumetria”, explicou o designer.
Como foi a reconstrução
Segundo Cícero, quando o animal chegou na clínica, tinha larvas de insetos na região onde o casco foi destruído. Enquanto recebia o tratamento em Brasília, o designer preparava o novo casco em Mato Grosso.
“Fizemos a reconstrução a partir das fotos. O mais difícil foi dividir essa próstese em quatro partes. Nunca tínhamos feito isso e não podíamos errar. A impressão 3D foi um processo extremamente complexo”, contou o designer.
As peças maiores do casco levaram cerca de 50 horas para serem impressas e as menores de 28 a 35 horas, segundo Cícero.
Ao todo, o projeto demorou cerca de um mês para ser concluído.
Depois de pronta, a nova casca foi encaminhada para Brasília e a cirurgia foi feita pelos veterinários Roberto Fecchio, Rodrigo Rabello e Matheus Rabello, e pelo cirurgião dentista Paulo Miamoto.
“Assim que a jabuti voltou da anestesia, o primeiro movimento dela foi se esconder no casco e essa foi uma prova concreta de que o projeto deu certo. Todos ficaram muito contentes”, finalizou o designer.
Em 2016, um engenheiro fez uma pintura realista no casco para completar o projeto e, desde então, o animal vive em um espaço reservado na casa do veterinário que fez os primeiros socorros.
(Com G1 MT)
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