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ESPECIAL HITS PRIME: Saiba como ter uma páscoa especial e abençoada

Em razão das comemorações, e com a palavra do Pe. Roberto Gottardo, saiba como ter uma páscoa especial e abençoada com a sua família. Confira!!!!

Em virtude do Feriado de sexta-feira santa, e as festividades de páscoa, o Pároco da Paróquia Santo Antônio de Snop, Pe. Roberto Jerônimo Gottardo, preparou uma palavra especial pata todos os católicos, e aqueles que querem um feriado abençoado e conectado com Deus. Sendo uma data muito especial, onde é reforçado o  milagre da ressurreição de Jesus, que nos traz a esperança de uma vida cheia de graças alcançadas.

Em razão desta comemoração de páscoa, confira as palavras do nosso especial da Hits Prime FM.

Caros irmãos e irmãs,

Estamos na Semana Santa. A Igreja nos convida a vivermos com muita piedade e unção o Tríduo Pascal. Para nós, cristãos, não são dias de descanso, de férias e de festanças, mas dias de meditação e de íntima comunhão com Aquele que nos amou até o fim (Jo 13,1).

São dias intensos, doídos e dramáticos, porém grávidos de vida e de esperança. São dias que devemos nos fazer solidários e acompanhar os últimos momentos da vida de Jesus Cristo que deu a sua vida por nós (cf. 2Cor 5,14-15). Vivamos com Ele, sem medo, porque não há ressurreição possível sem passarmos pelos padecimentos da Cruz.

A Igreja, portanto, nos convida a celebrarmos e a saborearmos desde já a alegria pascal, a realização do Reino dos Céus, o sonho do “novo céu e da nova terra”. O Senhor ao Ressuscitar deixou-nos a incumbência de lutarmos diuturnamente até Deus ser “tudo em todos” (cf. 1Cor 15,28).

Rezemos instantemente a Deus para que a luz do Cristo Ressuscitado ilumine as trevas da noite que envolvem os povos, para que cessem as guerras, morram as ideologias que envenenam, assassinam e ferem a Criação divina; e que os ensinamentos do Príncipe da Paz sejam conhecidos, acolhidos e seguidos por todos.

* Attenzione: a partir da excepcional reflexão do teólogo italiano, Pe. Marco Pedron, sobre a Paixão do Senhor, escrevo, aqui, em formas de tópicos algumas linhas para ajudar a compreender, quiçá, um pouquinho mais do imenso e indizível amor que Deus tem para com cada um de nós, “a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (cf. Ef 3,17-19). Este amor abissal e incomparável aparece condensado na celebração do Tríduo Pascal e revelado, magistralmente, no esplendor da Ressurreição.    

(1) A paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo é a história de um homem profundamente apaixonado por Deus e pelos seres humanos. Seu amor e sua fidelidade a toda prova conduziram-no à morte e morte de cruz, a mais temida e cruel. Jesus foi apaixonado pelos seres humanos porque neles encontrava a riqueza mais pura e excepcional da criação: Deus. Este amor e esta indomesticável paixão encontram-se nas ações e nos ensinamentos, na vida e no testemunho de Jesus registradas no Evangelho. Ele, o Verbo encarnado foi e continua sendo o evangelho vivo do Pai.

(2) Alguns exemplos ilustrativos que mostram e demonstram como era o coração de Jesus: no seu senso poético quando proclamou as Bem-aventuranças; na experiência do maravilhar-se diante dos pássaros do céu e dos lírios do campo; na misericórdia que demonstrava diante das pessoas doentes e pobres; na ternura solidária diante dos pais cujos filhos morreram, no ardor profético quando expulsa os vendilhões do templo em Jerusalém, na autoridade e no “como”  ensina as coisas do Reino, na denúncia da hipocrisia dos fariseus e dos doutores da lei e no enfrentamento das idolatrias e da ignorância humana. Na narração da Paixão, o amor e a fidelidade constituem a força, a razão e o eixo do percurso que Jesus realiza até o fim com incrível resolução e fidelidade ao seu coração, a sua alma e ao Pai do céu.

(3) Se observarmos bem toda a vida de Jesus, enquanto peregrino deste mundo, foi vivida com paixão, com intensidade, queimava como tocha viva, amando, chorando, comovendo-se, nada lhe era indiferente. Uma vida vibrante, apaixonada, rica de toda gama de sentimentos que um ser humano pode experimentar. A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo é a história de um homem fiel a si mesmo na sua verdade mais profunda, alguém enamorado por Deus. Seu alimento era afetiva e efetivamente fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4,24). Era um homem excêntrico que não se enquadrava em nenhum conceito preestabelecido nem se identificava com ideologia alguma. Ele encarna a história de um Deus que não esquece nem abandona ninguém, mas, ao contrário, confirma sua missão com a Ressurreição, que é a palavra e o juízo definitivo sobre a vida e sobre a história. Numa palavra, com a Ressurreição de Jesus o Pai fez justiça porque tudo o que Jesus, o Filho amado, viveu e comunicou era Deus.

(4) A liturgia da Sexta-feira Santa nos oferece a narração da Paixão de Nosso Senhor. O complô tramado pelos inimigos contra a pessoa de Jesus causa-nos náuseas e horror. Trata-se da mais vergonhosa e deprimente fraude e/ou farsa jurídica da história. Na narração da Paixão do Senhor se impõe o predomínio das forças malignas com seus múltiplos tentáculos agindo impiedosamente contra um inocente. Uma verdade salta-nos aos olhos, não só no medonho processo contra Jesus, mas se perpetua na história: o “poder das trevas” manipula notícias, distorce fatos e informações, falsifica a realidade e o que é pior, tudo tão bem tramado e maquiado que quase ninguém se dá conta. Todos entorpecidos pelo veneno da mentira!? O Filho de Deus foi condenado e assassinado como um impostor e um blasfemo, e tudo foi arquitetado com base em falsidades, em preconceitos e em nefandas práticas de corrupção. Não nos esqueçamos do ensinamento de São João quando afirma ser o demônio o pai da mentira. Isso aconteceu há 2000 anos, mas continua acontecendo e se reeditando, hoje, de forma mais sofisticada. “O sono da razão produz monstros” (Francisco de Goya).

(5) O cume da infâmia e da falsidade aconteceu na “prisão de Jesus”. Um grupo de soldados vai ao encontro de Jesus com bastões e espadas. Judas, um dos apóstolos, o beija e o trai, chamando-o de Rabi. Judas, aqui, encarna a figura do próprio diabo. Colocam-lhes as mãos sujas sobre ele e o arrastam qual criminoso. E o mais patético e assustador do episódio é que após a prisão de Jesus todos fugiram, a começar pelos discípulos. Assim, somos nós também. É a infâmia que fere e golpeia o Justo sem motivos. É a falsidade de quem parece amigo. É o cinismo de quem beija e elogia. É a dissimulação de quem exibe sorrisos fáceis. É a hipocrisia de quem incensa e depois apunhala e cospe no rosto. É a manipulação da religião que louva e faz festa para Deus (ou ídolo?), mas não sente nenhum escrúpulo em apedrejar os pecadores e articular a morte do Filho de Deus. É a mesquinharia de quem diante dos riscos e do perigo desaparece. É a divina e trágica comédia humana.

(6) Os representantes do Sinédrio e os sacerdotes forjam em vão motivos para incriminar Jesus, mas nada encontram de consistente e comprometedor. Quando a alma de alguém está cheia de ódio e de raiva assassina torna-se necessário encontrar alguém para descarregar, sujando-o com a lama e a imundície que carrega no próprio interior.  Então, o outro deixa de existir na sua verdade, não existe mais objetividade; mas só o ódio que vocifera, que julga, que condena e aniquila o outro. No contexto de guerra, a primeira vítima é sempre a verdade.  Quantas pessoas insultam, agridem e ofendem o outro como forma de descarregar as próprias neuroses e patologias! Combatem nos outros as próprias doenças, mágoas, traumas, raivas doentias. Condena-se no outro aquilo que a consciência condena dentro de si (cf. Rom 2,1). E assim procedendo continuam a matar e a crucificar em nome das falsas verdades e das falácias.

(7) Façamos da Semana Santa um tempo de graça e de salvação, implorando luzes ao divino Espírito Santo para que todos os cristãos se convertam e compreendam um pouquinho mais da insondável ciência da cruz de Cristo. Busquemos, pois, compreender o sentido profundo da cruz, da crucifixão e da morte de Jesus. A cruz representa o abandono de Jesus nas mãos do Pai e da Vida em plenitude. Quando Jesus brada: “Meu Deus, meu Deus porque me abandonastes?” (cf. Sl 21) expressa o terror do vazio absoluto, a dor indizível, o grito lancinante do oprimido. É quando nada mais parece ter sentido; é quando se sente a sensação de não haver mais nenhuma certeza e tudo se apresenta obscuro e vacilante, incluindo a vida, a fé, a existência de Deus. É aquela sensação difusa e confusa de que a divindade é uma mera ilusão das almas acabrunhadas.

(8) A cruz sinaliza a contradição aberta e visceral entre duas religiões, entre duas formas de compreender e viver Deus: aquela de Jesus e aquela dos judeus. A religião dos fariseus e dos escribas é a religião da exterioridade, do exibicionismo, do moralismo idiota, do poder e das máscaras. Contam os números, a instituição, o ordenamento jurídico, a obediência, as aparências. Se as leis destroem, ferem e excluem as pessoas não importa. O que conta é a lei, a observância escrupulosa da lei. Os pobres e aquelas pessoas que não conhecem a Lei são considerados malditos. São os homens da ortodoxia, das verdades absolutas. Jesus “detona” a farsa religiosa ostentada pelas lideranças religiosas do seu tempo (cf. Mt 23).

(9) A religião de Jesus se traduzia na paixão pela vida e pelos problemas que afligem os seres humanos; não dava importância às observâncias legalistas e rigoristas de uma religião cruel e sem compaixão. Jesus dava voz e vez às pessoas. Escutava-as. Ninguém era impuro para Jesus, nem o leproso nem a prostituta nem os pagãos… Tanto a malícia como todas as imundícies se aninham no coração humano. Todos, para Jesus, são filhos e filhas de Abraão e filhos/as de Deus. Jesus não fazia grandes sacrifícios, não se submetia a nenhum esquema rígido seja ele de cunho cultural, cultual ou religioso; não jejuava, não se comportava para agradar ninguém nem jogava para a plateia. Sabia relativizar o peso das leis e das tradições inventadas pelos homens. Não era o medo que pautava a vida de Jesus, mas a paixão pela vida que se traduzia em obras de misericórdia.

(10) Jesus era um homem livre, original e feliz. Não devia obediência a nenhuma instituição como o pateta Pilatos que ao lavar as mãos, sujou a água. Jesus se alimentava com os pecadores, participava das festas (“bodas de Caná”), amava a companhia dos amigos. Não vivia instalado nas zonas de conforto. Sabia que o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro jejum e a religião que efetivamente agrada o Pai não é fazer qualquer coisa e agir no automático, mas fazer da vida algo fascinante, vibrante e significativo. De quem valem as lamentações fúnebres?!

(11) Jesus não buscou a morte. Não foi asceta nem guru espiritual de ninguém. Não buscou sacrifícios nem sofrimentos, nem forjou os suplícios da cruz. Antes, evitava expor-se aos inimigos. Jesus não reprimia o amor, o contato com as mulheres, a proximidade com os leprosos e com as crianças. Numa palavra, amava e deixava-se amar. Jesus não reprimia as emoções: chorava. Irritava-se. Na sua personalidade não havia duplicidade psicológica: como era por dentro era por fora. Jesus se admirava da incredulidade das pessoas e se comovia com a obtusidade mental das pessoas. Nalgumas situações estava tão feliz que tocava o céu com as mãos e se transfigurava. Noutras chorava pela incompreensão, pela cegueira e pela ignorância das pessoas. Jesus desejava e dizia a todos que muitos males podiam ser extirpados e muitas enfermidades do coração e da alma podiam ser curadas porque fomos feitos para a felicidade profunda e verdadeira. A fé transpõe montanhas. Quantas vezes, repetiu: “Vá em paz. Tua fé te salvou!”.

(12) Jesus queria que fôssemos humanos e não marionetes manipuladas pelos modismos e pelos ídolos do mercado. Com a encarnação do Verbo na história não há nada do que vivemos que seja indigno aos olhos de Deus: “E Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31). Com o advento do Filho de Deus ao mundo as dicotomias perdem sentido. “Para um homem que vive para Deus nada é secular, tudo é sagrado” (Spurgeon). Diante de Deus devemos nos apresentar como somos sem os costumeiros teatrinhos e/ou as belas máscaras que inventamos para esconder nossas mentiras.

(13) Essa era a religião vivida e ensinada por Jesus. Porém, a religião de Jesus não foi acolhida por aqueles que viviam mancomunados com o poder das trevas e serviam aos ídolos. Os religiosos refratários e reacionários que transformaram Deus numa figura jurássica para se manterem no poder, jamais acolherem o mestre de Nazaré. Tentaram, sim, eliminá-lo de todos os modos. Com a crucifixão pensavam que o sonho de Deus havia sido enterrado para sempre. Mas a verdade pode ser ignorada e até ferida de morte, mas jamais pode ser aniquilada. Ignorar a verdade de Deus na nossa vida mortal é tão estúpido como insinuar que a luz do sol é uma questão de ilusão ótica. Dizia Spurgeon: “Busque o Evangelho que rasga, que lhe faz brotar lágrimas, que lhe dá cortes e feridas na sua consciência, o Evangelho que mata seu eu” narcisista.

(14) Deus é luz e n’Ele vemos a luz diz-nos o salmista (cf. Sl 36,10).  Não só o Pai ressuscitou Jesus, mas com ele também foi ressuscitada a utopia do Reino e a verdade da religião de Jesus. Attenzione però: quando, na sexta-feira Santa, daremos o beijo na cruz, iremos beijar a religião da qual Nosso Senhor derramou seu precioso sangue. A religião de Jesus é a religião da vida, do amor, do perdão e da verdade.  Não há nada de mais anticristão de quem entende que é preciso amar o sofrimento para ser salvo. Ser cristão significa combater tenazmente as forças do maligno, o sofrimento e as engrenagens do poder que arquiteta o mal.

(15) Jesus não queria morrer, suplicou a Deus, a quem tratava com singular intimidade de filho para pai, que o afastasse do amargor daquele cálice. Antes do suplício experimentou dilacerante angústia a ponto de suar sangue. Refugiou-se numa plantação de oliveiras. Preso, não negou o que fizera e pregara, e pagou com a vida a sua coerência e sua inquebrantável fidelidade ao Pai. Jesus foi assassinado porque ele queria o óbvio. Este óbvio é tão óbvio que, ainda hoje, muitos fingem não enxergá-lo: vida em plenitude e justiça para todos (cf. Jo 10,10). E por que tanta resistência para captar o “óbvio” da mensagem do profeta de Nazaré? O apóstolo Tiago lembra-nos que “os demônios também creem” (cf. Tg 2,20). Às vezes, os humanos somos mais afeitos à espetáculos bizarros (incluindo os de caráter religioso), às falcatruas e às mentiras, que à luz do evangelho. “É fácil ter religião e professar a fé em Jesus. O difícil é ter espiritualidade e a fé que animava o coração de Jesus” (Fr. Betto).

(16) Vamos beijar a cruz, porque, não obstante tudo o que ela representa de tenebroso e de sombrio, ela simboliza a religião de Jesus que não foi derrotada: Deus, ressuscitando seu Filho, demonstrou que a única e verdadeira religião é amor que se esvazia de si mesmo e não conhece limites. Quem é de Deus não conhecerá a morte. O amor é imortal. O amor pode ser achincalhado, pisoteado e esmagado, mas não suprimido. O amor é mais forte do que a morte (cf. Ct 8,6).  Deus é a realidade e o sentido da vida. Quem confia em Deus não será desiludido. Quem crer no Deus de Jesus ainda que esteja morto viverá (cf. Jo 11,25-26). Numa palavra: só o amor é digno de fé. Tudo o que fazemos em vida e por amor à promoção da vida tem ressoa na eternidade.

Artigo elaborado por Pe. Roberto Jerônimo Gottardo

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