Secretário promete transferir pacientes e contratar equipe para Regional; saiba
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, esteve em Sinop nessa quinta-feira (16), para uma reunião no Ministério Público, onde também estiveram o promotor Pompílio Paulo de Azevedo e a prefeita Rosana Martinelli, para tratar da situação da saúde pública na cidade.
Em entrevista coletiva na sede do Hospital Regional, Figueiredo prometeu transferir pacientes que estão internados na UPA, contratar profissionais para o Regional, e falou sobre outros assuntos. A equipe de Jornalismo da Rádio 93 FM separou os principais assuntos:
Pacientes internados na Upa
O número de pessoas internadas na Upa é variável. Essa quantidade já chegou na casa dos 50, no momento mais crítico. Atualmente 13 pacientes necessitam de regulação para o Estado. O secretário afirmou que assumiu compromisso com o Ministério Público e garante que todos os pacientes internados na UPA, que são diagnosticados como alta complexidade, serão transferidos, ou regulados a partir de segunda-feira (20).
“O compromisso que eu assumi com o Ministério Público, a partir de segunda-feira, todos os pacientes que estão na UPA serão regulados efetivamente, aqueles que são de alta complexidade. Quem decide é o que é alta complexidade é médico. Pela decisão dos médicos o sistema vai fazer os encaminhamentos”, afirma.
Vale lembrar que a Secretaria de Estado e Saúde (SES), chegou a emitir nota alegando que os pacientes que estavam internados na UPA de Sinop, que necessitam de leito hospitalar, não apresentam quadro de alta complexidade, mas sim de baixa e média complexidade, contudo na mesma semana duas crianças, sendo uma recém-nascida e uma bebê de 1 ano e 2 meses, morreram na unidade médica esperando por vagas em UTI’s.
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Laudos
Gilberto alega que existe divergências entre os médicos da UPA e os da regulação, quando se trata do diagnóstico sobre os casos de alta complexidade. “Existe protocolo pra isso. Algum médico, talvez por falta de informação, ele considera que algo já deveria ser considerado como alta complexidade, pra isso tem que ter as evidências, tem que ter os exames realizados, para que os médicos possam por meio do sistema de regulação realizar a transferência”.
UTI’S Neonatal e Pediátrica
Sobre a falta de UTI neonatal e pediátrica em todo o estado de Mato Grosso, Gilberto afirma que é uma mazela que o Estado enfrenta, que não há esse tipo de recurso para oferecer. Além disso, ele afirma também que o fechamento da Santa Casa de Cuiabá prejudicou nesse sentido. O secretário garante que na Santa Casa são 30 UTI’s que estarão à disposição da população.
“É de conhecimento público que um hospital de grande porte em Cuiabá, que atendia e que é contratualizado com o SUS, com o Ministério da Saúde e com o Fundo Municipal da Saúde de Cuiabá, fechou as portas, o que levou o estrangulamento no estado todo, o que levou o governo a tomar a decisão de fazer uma requisição administrativa pra voltar a funcionar a Santa Casa. O Estado partiu da decisão do governador Mauro Mendes, pra adotar as medidas necessárias de contratação de pessoal pra voltar a funcionar na primeira quinzena do mês de junho”.
Gilberto menciona que a SES trabalha para melhorar o atendimento principalmente neonatal e pediátrico, inclusive com a contratação de equipe médica para atuar no Hospital Regional de Colíder. Entretanto, sobre a unidade de Sinop, Figueiredo aponta que a curto prazo as UTI’s, neonatal e pediátrica, não serão abertas.
O argumento utilizado pelo secretário foi a dívida de aproximadamente R$ 600 milhões da gestão passada, e que só quando o orçamento estiver ajustado, com previsão apenas para 2020, que poderão ser criadas perspectivas para novos leitos. “De curtíssimo prazo não. É de responsabilidade do Estado ampliar as ofertas de UTI’s pelo SUS, mas a curto prazo não há previsão para que sejam instaladas no regional de Sinop”.
Custos do Regional
Já o diretor do Hospital Regional de Sinop, Jean Carlos Alencar, confirmou que houve uma redução no custo do hospital, que os repasses diminuiram em relação de quando as OSS’s, como no caso do Insituto Gerir, administravam o hospital. Ele aponta que houve uma redução de R$ 100 mil, por exemplo, no custo da alimentação, porém que a qualidade e também a quantidade de atendimentos e serviços oferecidos na unidade médica não sofreram alterações.
“Foi uma determinação do governo, revisamos os contratos, reduzimos os custos em cerca de 25%. Conseguimos avançar mesmo assim, saímos de 70 cirurgias por mês para realizarmos hoje 250 cirurgias. Temos como meta até julho alcançar 350. Nós passamos a ofertar 500 consultas ambulatoriais nas especialidades de cirurgia geral, ortopedia, neurologia e neurocirurgia”.
Conforme Jean, as consultas são disponibilizadas por meio da regulação aos municipios da região. “Cada município tem sua cota, que obedece um critério populacional, o município agenda a consulta. Com essas 500 consultas vamos chegar ao número de cirurgias. São com essas consultas que geram as demandas cirurgicas”, complementa.
Contratação de profissionais
O diretor do Regional afirma que foi autorizada pelo secretário Gilberto Figueiredo, a contratação de profissionais que irão trabalhar no hospital. Na segunda-feira (20), o contrato com a empresa responsável pela seleção deve ser assinado. “Tão logo a empresa já inicia o processo de contratação. Já mantive contato, estamos nos antecipando pra que, a partir do momento que assinar o contrato, já tenha a equipe pra colocar à disposição”.
Ao todo, serão contratados cerca de 80 profissionais que irão compor o quadro médico da unidade hospitalar. Atualmente são 74 leitos em operação e, com as novas equipes, mais 10 leitos e 2 UTI’s voltarão a funcionar chegando ao número de 86.
