Violência contra a mulher: quando devo procurar ajuda?

No 2° dia de entrevistas para a campanha Agosto Lilás 93FM, recebemos a psicóloga Quetti Nunes, aonde ela explica os diversos tipos de violência, e qual o momento de pedir ajuda; confira.

Nesta quarta-feira (04), no segundo dia de entrevistas para a campanha Agosto Lilás 93FM, em combate a violência contra a mulher, recebemos nas dependências da rádio 93FM, a psicóloga Quetti Nunes, onde em uma bate-papo, ela esclarece fatos sobre a violência doméstica.

Quetti é psicóloga da pasta da Assistência Social, qual trabalha cuidando especialmente dos servidores, segundo ela, uma equipe saudável psicologicamente estará apta a cuidar melhor de pessoas.

“Nossa equipe é majoritariamente mulher, então quando uma mulher escuta ou presencia uma situação de violência, não tem como ela não se tomar pela temática”, explicou a psicóloga sobre a importância dos serviços na assistência social.

Violência

A psicóloga informa que um dos fatores da violência contra a mulher ter aumentado drasticamente durante o período de pandemia, é o fato do casal ter tido que conviver por mais tempo perto.

“Quanto mais eu convivo, mais eu enxergo, e mais eu consigo ver da essência do outro, e nem sempre essa essência é o que eu quero. Quando a gente casa, a gente casa porque a gente namora, e quanto tempo passamos juntos no namoro? Começou o desentendimento e  o que a gente faz? ‘tá amanhã a gente conversa’, e vai cada um para a sua casa. Quando você casa e está todo mundo no mesmo ambiente, como que eu vou para a minha casa? A minha casa é a sua casa”, explicou a psicóloga sobre o principal fator do aumento de violência.

Quetti também citou a violência contra a mulher, após a ingestão de bebida alcóolica por parte de agressor, e explicou todo o processo por parte neurológica.

“Nós temos na psiquiatria três instâncias: O ego, o id e o superego, e eles precisam estar em equilíbrio. O ego é quem está aqui agora falando, o consciente. O superego é constituído na primeira infância,  ele é a lei interna, aquilo que rege a pessoa naquilo que é certo ou errado para ela, estabelecido pelas normas sociais, pelas normas que os pais vão colocando nessa criança, e é ele que direciona o certo e o errado.

E o id é a parte instintiva, então quando eu bebo é como se o meu superego fosse nocauteado, ele adormece, ele fica embriagado, e libera o id. Aí o id estando solto, sem a função do superego operando que é a lei, pra dizer ‘não bate, não fala, não faz porque está errado’, ele fica solto e é aí onde acontece”, finaliza a explicação.

Terapia

Questionada em quando a mulher passa a perceber os sinais de violência, quais não consiste apenas na agressão física, mas também na moral, psicológica, sexual e patrimonial, ela pontua que a violência sempre começa pela palavra, com pequenas atitudes e isso vai aumentando a intensidade conforme o tempo.

Ela relata que quando a mulher notar que essa violência está começando por meio de palavras, se tem caminhos a serem seguidos.

“Nós temos dois caminhos, ou eu posso simplesmente abandonar esta situação e partir para um outro momento na minha vida, só que eu preciso entender que simplesmente fazer isso, a nossa tendência psíquica é repetir as histórias, então daqui a pouco eu vou encontrar outra pessoa parecida e a história vai se repetir.  Ou eu posso procurar ajuda, porque aí é o momento de se procurar ajuda psicológica, procurar uma terapia de casal, procurar uma terapia individual também, porque eu preciso entender porque eu me submeto a isso”, explicou a psicóloga.

A rede ligada a assistência social oferta serviços de tratamento psicológico para famílias baixa renda que passam por essa situação. Além disso, com o apoio da universidade Unifasipe, se tem um grupo de apoio para homens, qual trabalha o agressor. Anteriormente, era tratado apenas do psicológico da mulher, porém, Quetti Nunes explica que se não tratar o agressor, posteriormente ele vai arrumar outro relacionamento, aonde o caso se repetirá por diversas vezes.

Como denunciar?

Denúncias de casos de violência domésticas podem ser realizadas pela vítima, familiares e amigos, através do número 180, da Central de Atendimento à Mulher. Em caso de emergência, o pedido de socorro pode ser feito diretamente pelo 190.

Com a crescente de casos de violência e feminicídio no estado de Mato Grosso, algo deve ser feito para que as mulheres tenham direito a vida, sem que em algum momento sofram qualquer tipo de violência, seja ela psicológica, patrimonial ou até mesmo física, por isso a importância da campanha Agosto Lilás.

Agosto Lilás

A Campanha Agosto Lilás 93 FM,  vem com o intuito de conscientizar e combater a violência contra a mulher. Em combate ao mal, nós usaremos a nossa maior arma, o microfone.

Leia também –

Acompanhe outras notícias no Jornal da 93FM

Agosto lilásAgosto Lilás 93FMCombate a Violência Contra a Mulherpsicólogasinop