Polícia conclui inquérito sobre a morte de adolescente em Cuiabá

Conforme o inquérito, a adolescente que disparou contra a amiga responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso, quando há a intenção. Três adultos também foram indiciados, veja os crimes.

A Polícia Judiciária Civil concluiu o inquérito das investigações, sobre a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, ocorrido em Cuiabá. A conclusão foi possível através da Delegacia Especializada do Adolescente de Cuiabá (DEA) e Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

Foram indiciados três adultos pelos crimes de omissão de cautela na guarda de arma de fogo, posse de arma de fogo; homicídio culposo, entregar arma a adolescente e fraude processual. Já a adolescente que fez o disparo responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso, quando há a intenção.

Conforme a Polícia Civil, o adolescente que levou as armas à casa onde ocorreu a morte, também responderá por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.Os adultos foram investigados pela Deddica. Já as responsabilidades relacionadas aos adolescentes foram apuradas pela DEA.

A Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (2). (Foto: Reprodução / PJC-MT))

O inquérito foi presidido pelos delegados Wagner Bassi, da DEA e Francisco Kunze, da Deddica, e reuniu mais de mil páginas em oito volumes de documentos com depoimentos, imagens, relatórios de análises de aparelhos celulares e laudos periciais.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (02), a Polícia Civil e a Politec apresentaram os resultados da investigação e das perícias realizadas para esclarecer o crime, ocorrido em uma residência no condomínio Alphaville, no dia 12 de julho deste ano, em Cuiabá.

A mãe da adolescente que fez o disparo foi indiciada por omissão de cautela na guarda de arma de fogo. (Foto: Reprodução / PJC MT)

Os autos de apuração dos atos infracionais foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude da Capital. O inquérito policial que apurou a conduta dos adultos foi encaminhado à Justiça comum. Em ambos os casos, a Justiça encaminhará ao Ministério Público Estadual para as providências pertinentes.

As duas adolescentes ficaram no banheiro pelo período de 1 minuto e 18 segundos, intervalo temporal em que ocorreu o disparo. (Foto: Reprodução / PJC-MT)

 

 

Condutas

Todo o conjunto probatório reunido – imagens de vídeo, laudos periciais produzidos (necropsia, local de crime, confronto balístico, reprodução simulada, roupas aprendidas, imagens coletadas e de áudio e vídeos), depoimentos, relatórios de aparelhos de telefonia celular, relatório de vídeos e imagens, entre outros atos investigatórios – levou o delegado Wagner Bassi à convicção de que a adolescente que fez o disparo, no mínimo, assumiu o risco pela produção do resultado morte, pelo fato de que era devidamente capacitada para uso de armas de fogo, bem como nas regras e técnicas de segurança do armamento, tendo plena condição de saber se a arma estava ou não municiada.

Além disso, a forma como ocorreu o disparo, a 1,44 metro de altura e a 20-30 centímetros do rosto da vítima, com acionamento do gatilho pela adolescente, confirmam a tipificação do ato infracional. Por fim, a versão da adolescente não é compatível com o conjunto dos elementos probatórios e laudos periciais. (Com Raquel Teixeira / Assessoria)

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