Idosa que se recuperou da covid-19 não fez uso de cloroquina, explica médica

A idosa foi considerada recuperada da covid-19, após mais de 20 dias internada na UTI de um hospital em Cuiabá.

Mesmo com várias comorbidades, a idosa Anna Augusta Monteiro, de 102 anos de idade, foi considerada recuperada da doença covid-19. O que chama a atenção de muitas pessoas, inclusive de estudiosos, é o fato de que a centenária conseguiu ter resistência para enfrentar uma doença desconhecida, apenas com medicamentos comuns.

Após repercussão da notícia, divulgada pela Rádio 93 FM, a equipe de jornalismo conseguiu obter informações sobre o tratamento da idosa, e o que teria levado ela a se recuperar do novo coronavírus. De acordo com a médica infectologista, Drª. Zamara Brandão, a paciente não necessitou de drogas vasoativas.

“Ela recebeu oxigênio, mas não chegou a ser entubada. Não precisou de drogas vasoativas. Fez o uso de antibióticos para pneumonia adquirida em comunidade, não fez o uso de cloroquina por ser uma paciente cardiopata, então pra ela nem foi discutido. E teve uma evolução muito positiva, a gente fez o protocolo conforme o Ministério da Saúde”, revelou a infectologista.

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Para garantir uma melhor recuperação, a paciente deve continuar internada no Hospital, porém em um quarto. (Foto: Divulgação)

De acordo com o que foi apurado, Anna Augusta foi internada em um hospital particular da capital Cuiabá, no dia 04 de maio, sendo transferida para o quarto apenas nesta quarta-feira (27), totalizando mais de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A paciente ainda fez o teste de contraprova, que confirmou a doença.

Conforme a explicação da médica infectologista, Drª. Zamara Brandão, pessoas com problemas cardíacos não podem fazer o uso da cloroquina, pois pode ser um medicamento que causa efeitos colaterais no paciente.

“Para a pessoa cardiopata, a cloroquina não está indicada, porque ela é uma droga que pode causar arretimia cardíaca. Como a dona já tinha uma arritmia cardíaca tanto que é usuária de marca-passo, para ela a cloroquina era absolutamente contraindicado“, disse a médica à 93 FM.

Drª. Zamara Brandão Ribeiro, médica infectologista do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá. (Foto: Arquivo pessoal)

Os cientistas e médicos ainda estudam a possibilidade da cloroquina ser eficaz no tratamento da covid-19, porém, até o momento nada foi comprovado. Para a infectologista, ainda é cedo para saber se uma pessoa recuperada pode ou não voltar a contrair o coronavírus.

“É um período muito curto para se falar que a pessoa está completamente curada, a gente ainda não pode afirmar com toda a certeza que a pessoa não está curada, por isso a gente fala que está recuperada”, disse a Drª. Zamara.

Quando um paciente passa pela fase de pneumonia ou qualquer outro sintoma do novo coronavírus, dependendo do quadro clínico, e passa a ficar por um período de cinco dias consecutivos, sem febre ou outro sintoma respiratório, o paciente já pode ser considerado recuperado.

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