Construção civil é um dos setores mais prejudicados durante quarentena

Levantamento dos últimos anos apontam que o setor da construção civil tinha uma lenta recuperação desde os bons momentos encerrados em 2014. A crise no setor que seguia lentos passos de recuperação, com crescimento de 1,6% em 2019, após vários anos no vermelho, sofreu um baque com a desaceleração da economia em 2020.

A queda dos investimentos públicos em grandes obras e a redução do poder de compra dos brasileiros são outros fatores que interferem diretamente nas projeções do setor.

De acordo com o sindicato da categoria em Pernambuco, cerca de 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros de obra desde 22 de março, quando iniciou a quarentena no estado.

Essa alteração deve forçar a redução da margem de lucro de diversos itens, inclusive de imóveis e no valor do concreto, justamente para manter o capital de giro e para que as empresas consigam sobreviver nesta crise.

Com a paralisação de 70% das atividades em Pernambuco, o Sinduscon-PE estima que o prejuízo do setor ficará acima de R$ 6 bilhões em dois meses.

Em São Paulo, o sindicato regional tem promovido eventos online para aproximar empresários e empresas de tecnologia com intuito de encontrar ações que possam reduzir os gastos.

Outros estados e municípios estão tomando medidas específicas com intuito de flexibilizar o isolamento social para manter as atividades econômicas.

Por exemplo, nesta segunda-feira, o governo de Goiás emitiu uma medida provisória flexibilizando as regras para o retorno dos trabalhadores envolvidos na construção civil, desde que respeitadas várias normas.

De acordo com a medida, as empresas que atuam na construção civil e mineradoras devem, diariamente, medir a temperatura dos funcionários por meio de um termômetro infravermelho sem contato.

Caso seja percebida uma temperatura elevada, o funcionário deverá ser afastado das atividades.

Além disso, os funcionários da construção civil deverão trabalhar com máscaras de proteção e também manter uma distância mínima de dois metros durante as atividades.

As medidas devem flexibilizar o funcionamento de lojas, canteiros de obras e indústrias do setor, permitindo um mínimo de negócios para a preservação da saúde das empresas.

Contudo, só serão efetivas se houver redução no impacto que a Covid-19 tem tido na população e também nos fluxos dos hospitais.

Alguns empresários defendem que os governos federais, estaduais e municipais devam atuar de forma mais agressiva no pós-pandemia, com o investimento em grandes obras e na retomada dos projetos do Minha Casa Minha Vida, aumentando a demanda por mão de obra, produtos diversos e máquinas, movimentando todo o setor.