O câncer de mama é o segundo tipo mais comum em todo o mundo, representando aproximadamente 12% do total de casos novos de câncer. Somente no Brasil, devem ser registrados cerca de 66.280 casos/ano de câncer de mama feminino em 2021 – o que pode receber a influência negativa da pandemia, visto que um menor número de mulheres vêm realizando os exames de rotina.
Aparentemente, é um paradoxo o aumento de casos de câncer de mama ao passo que a ciência e as informações para prevenção de doenças como o câncer evoluem em larga escala. Por exemplo, por meio de conhecimentos genéticos é possível até mesmo identificar a predisposição à doença, além de uma melhor qualidade dos métodos de rastreamento como a Mamografia Digital e a Tomossíntese. No quesito tratamento, as drogas estão cada vez mais modernas, personalizadas e eficazes.
Existe também um esforço mundial para incentivar a prevenção da doença, bem como a adoção de vacinação e profilaxia de agentes infecciosos diversos. Nesse sentido, estão também os esforços de rastreamento, com adoção de protocolos em massa para rastreio e identificação em fase mais precoce. Paradoxalmente, os avanços tecnológicos, quantitativos e qualitativos de rastreamento e diagnóstico permitem justamente a identificação de mais pessoas com a neoplasia.
Números de Câncer de Mama em 2020
Segundo informações do INCA – Instituo Nacional do Câncer, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (IARC, 2020).
No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2021, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2020). A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia (INCA, 2019).
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, sendo a mais frequente em quase todas regiões brasileiras. Na região Norte, o câncer do colo do útero ocupa ainda o primeiro lugar. Em 2019, a taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela população mundial, foi 14,23 óbitos/100.000 mulheres. As regiões Sudeste e Sul apresentam também as taxas mais elevadas (INCA, 2021).
Por que números altos de incidência do câncer de Mama
Acrescido a isso, o aumento e o envelhecimento da população, bem como uma importante mudança do estilo de vida desta população explicam a identificação de um maior número de casos da doença. Conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), dos R$ 3,4 bilhões gastos pelo SUS em 2018 com o tratamento oncológico, R$ 1,4 bilhão (ou 41,1%) foram em terapêuticas contra cânceres associados ao excesso de peso, principalmente tumores malignos de mama, intestino grosso (colorretal) e endométrio.
Há ainda outros fatores do estilo de vida moderno que proporcionam, no caso das mulheres, o aumento contínuo da incidência da doença. Estudos já demonstraram que mulheres que dão à luz com mais de 30 anos correm um risco 63% maior de ter a doença do que aquelas que se tornam mães aos 22 anos.
Por sua vez, o risco de desenvolver esta doença, depois da menopausa é 35% maior. Mas as mulheres estão se tornando mães cada vez mais tarde e de uma prole cada vez menor. A maior incidência da doença nesse grupo de mulheres pode ser explicada teoricamente pelo crescimento muito rápido das células mamárias, elevando a chance de multiplicação anormal e, consequentemente, de algum tipo alteração genética associada ao desenvolvimento da neoplasia.
O uso das terapias de reposição hormonal com remédios compostos por estrogênio ou progesterona, para minimizar os efeitos da redução hormonal, causada pelo processo do climatério e da menopausa, se tornou também algo comum. No entanto, há efeitos indesejados importantes, e isso deve ser sempre avaliado.
Uma das contraindicações formais da TH é naquelas pacientes que já passaram pelo tratamento desse tipo de doença. Além disso, o uso prolongado dessas medicações implica num pequeno aumento do risco do câncer de mama, e devem ser sempre considerados riscos e benefícios no contexto do risco individual de cada paciente.
Por isso, a indicação desse tipo de terapia deve ser feita com muita cautela e sempre por um profissional capacitado. Importante destacar que, para iniciar essa terapia, é importante analisar sempre as suas reais indicações, bem como fazer uma boa investigação da história pessoal e a realização de exames específicos para descartar doenças coexistentes e, assim, termos segurança na melhor prescrição de cada mulher.
Mulheres com casos na família, em especial nos parentes de primeiro grau e em idade jovem, com perfil para ser portadoras de predisposição hereditária, necessitam de um julgamento mais criterioso antes de iniciarmos a terapia hormonal com segurança.
As mudanças na dieta e tipo de alimentos consumidos são também fatores da modernidade que interferem no aumento constante como um todo. A alimentação desequilibrada rica em produtos ultraprocessados, somada ao sedentarismo, à ingestão alcoólica e à obesidade, aceleram o processo de carcinogênese.
Se por um lado alguns desses fatores não são controláveis, outros dependem apenas de maior conscientização da população, a exemplo do consumo de alimentos mais saudáveis e da prática de atividades físicas. Então, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio que favoreça a saúde no contexto da modernidade de seus novos hábitos.
(Com Fontes de Pesquisa do Site UAI e INCA)
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