Vinil deve superar CDs em faturamento pela primeira vez desde 1986

Quando os CDs foram inventados, na década de 1980, o longo reinado dos vinis na indústria fonográfica foi ameaçado. Em poucos anos, o pequeno disco ótico, com leitura por laser, se tornou padrão para a distribuição de música, superando os LPs em 1986. Os CDs lideraram a indústria por quase três décadas, mas não resistiram ao surgimento do padrão digital. Em queda, eles perdem cada vez mais espaço, e os vinis, ressuscitados por uma onda retrô devem superá-los em faturamento neste ano.

Os dados são do relatório semestral da Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA, na sigla em inglês). Enquanto os vinis registraram alta de 12,9% nas receitas do setor nos EUA, crescendo de US$ 198,6 milhões no primeiro semestre de 2018 para US$ 224,1 milhões nos primeiros seis meses deste ano, os CDs se mantiveram praticamente estáveis, aumentando o faturamento de US$ 245,9 milhões para US$ 247,9 milhões. Se o ritmo for mantido, os vinis devem superar os CDs neste ano.

Essa tendência já fora anunciada pelo relatório da RIAA do primeiro semestre do ano passado, quando a associação destacou que os CDs estavam morrendo em ritmo três vezes do crescimento dos vinis. Nos primeiros seis meses de 2018, o faturamento dos vinis aumentou 12,6%, enquanto o dos CDs caiu 41,5%.

Os Long Plays estão ressurgindo graças a alguns artistas, principalmente dos grupos de rock clássicos. Os Beatles, por exemplo, venderam mais de 300 mil discos em 2018, enquanto Pink Floyd, David Bowie, Fleetwood Mac, Led Zeppelin, Jimi Hendrix e Queen venderam mais de 100 mil cada, segundo a revista “Rolling Stones”.

E por atenderem um mercado de nicho, o preço de cada vinil é mais caro que outros formatos. No primeiro semestre deste ano, os vinis faturaram quase o mesmo que os CDs, mas venderam apenas 8,1 milhões de unidades, contra 18,6 milhões de discos compactos.

Apesar da boa notícia para os saudosistas dos vinis, as vendas do formato representam apenas 4% do faturamento total da indústria. Juntos, os formatos físicos respondem por apenas 9% do total.

No primeiro semestre do ano, o faturamento do setor cresceu 26%, para US$ 4,3 bilhões, sendo que os serviços de streaming respondem por 80% do mercado. Os downloads digitais, que provocaram o ocaso dos CDs, hoje representam apenas 9% das vendas. As assinaturas de serviços, como Spotify, Apple Music e outros, cresceram 31% na comparação ano a ano, para US$ 3,3 bilhões. (De O Globo)