Em MT, Ministro aponta união de poderes após suspensão milionária de recursos para ações de combate a incêndios

Durante sua visita na cidade de Sorriso para a verificação das ações de combate aos incêndios em Mato Grosso, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, apontou que o país passa por problemas orçamentários, principalmente no que se trata de questões ambientais, mas que projetos como a operação “Abafa Amazônia”, deflagrada nessa segunda-feira (19), têm recebido uma atenção especial por parte do Governo Federal.

“Extremamente importante fazer o investimento correto de maneira eficiente. Nós temos em todo o país problemas de restrições orçamentárias e portanto aquilo que se investe tem que ter resultado, tem que ser eficiente, gerar relatórios, tem que mensurar como é que está trabalhando com o recurso público”.

Ricardo argumenta que em casos como este das queimadas, é importante a união dos poderes na criação de políticas públicas que solucionem o problema.”Tá claro que temos muito trabalho pra fazer, o governo do Estado que fica à frente desse trabalho, preponderantemente, tendo o apoio do Ibama, Previ Fogo, Aeronaves, Brigadistas. É um trabalho permanente até o fim do período seco não para. Não pode colocar fogo, é uma atividade criminosa. Nós precisamos combater isso”.

Focos de calor em MT
Um levantamento feito pelo Instituto Centro e Vida (ICV), que tem como base a plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que Mato Grosso está em 1º lugar no ranking do número de focos de calor na Amazônia, com 13.682 registros em 2019. O estudo ainda alega que esse número representa 87% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado.

Na cidade de Colniza, por exemplo, desde o dia 15 de agosto, data em que se iniciou o período proibitivo (que vai até 15 de setembro), já foram calculados 1.049 focos de calor. Salles utilizou a operação “Abafa Amazônia” como uma das soluções. “Um exemplo importante pra toda a região da Amazônia, que merece não só o apoio do Governo do Estado, que já é dado, do Governo Federal, que já é dado e também do município, que colabora. É uma união de esforços muito importante.

Fogo no alto da Serra da Petrovina, em Pedra Preta iniciou na segunda (19) — Foto: Reprodução

Suspensão de investimentos estrangeiros
Ocorre que países como a Noruega e Alemanha, não irão investir, por enquanto, em projetos ambientais como era feito. Foram R$ 132,6 e 155 milhões, respectivamente, que deixaram de entrar nos cofres da União, para serem distribuídos em ações como a operação deflagrada em Mato Grosso.

Neste sentido, o ministro assegura que não houve um corte, mas sim a suspensão para que seja reavaliada a maneira como o dinheiro é investido. “É uma suspensão enquanto se discute uma regra do fundo. É importante ser discutida justamente pra se colocar recursos em projetos como este, que têm resultados e não disperdiçar dinheiro muitas vezes em coisas que não têm solução”.

O mesmo levantamento feito pelo ICV, mostra também que em todo o país houve um aumento de 83% nesse número de focos em relação com o mesmo período do ano passado. Em 2019 á foram registrados 72.843.

Comentário de Bolsonaro
Sobre a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), de que as organizações não governamentais (ONGs), supostamente estariam por trás das queimadas na Amazônia para “chamar atenção” contra o governo do Brasil, o ministro foi incisivo e não quis falar sobre “questões políticas”. “Viemos fazer uma verificação importante do que está acontecendo com as queimadas. Esse trabalho que nós vamos fazer. Questões políticas iremos discutir em outro momento”, concluiu.